A Consciência, o Controle e os Sonhos Lúcidos

Controle e os Sonhos Lúcidos

Esse é um tema que está rendendo uma boa troca de idéias – graças a onironauta Zeti que iniciou o debate – entre os onironautas que frequentam o Fórum de Sonhos Lúcidos… mas afinal, sonhos lúcido é o mesmo que controlar os sonhos?

Controle e os Sonhos Lúcidos
Saito no Limbo em Inception – A Origem… ficou sem consciência, pois ficou sem memória, perdido sem  conseguir recordar. Que instigantes elementos mais, envolvem a construção e manutenção da nossa consciência?

 

Trata-se de uma confusão bem comum tanto entre os interessados em sonhos lúcidos, como o leigo no assunto de sonhos conscientes. Vou mais longe… não é incomum verificar grandes pesquisadores querendo relacionar controle do sonho com grau de lucidez!… Mas será confusão mesmo? Será que capacidade de interferir na narrativa de um sonho, está diretamente relacionado ao grau da consciência durante o sonho?

Vamos começar pelo que é mais pacífico entre os onironautas. Os sonhadores lúcidos que já tiveram a oportunidade de se sentir consciente num sonho, mas não conseguiram interferir na narrativa ou realizar simples desejos, como sair voando, fazer alguma criatura desaparecer ou apaziguar um cenário aterrador…

No estado mental dos sonhos lúcidos, podemos nos defrontar com situações inusitadas,  coisas que não queremos ver, personagens que não  conseguimos nos livrar… a cena da imagem é do excelente desenho japonês Páprika, com uma bela abordagem sobre sonhos.

Para os sonhadores lúcidos que já tiveram a experiência de ficar lúcidos num sonho, sem conseguir controlar o sonho, fica clara a independência que parece existir entre os dois elementos. Está claro que podemos manter essa consciência, sem entretanto tomar as rédeas da narrativa. Tyler que é um onironauta experiente, cita por exemplo o “controle passivo”, como uma boa técnica para prolongar o sonho lúcido, sem o despertar prematuro. O que vai de encontro ao que Stephen LaBerge alerta no seu livro Sonhos Lúcidos: para não ficar tentando, num desperdício de energia, forçar o controle do sonho, causando um prematuro despertar(erro bem comum entre os onironautas iniciantes).

De fato, parece que temos então, um bom indício de uma certa relação entre consciência X controle, porém ao mesmo tempo, vamos percebendo que estamos trabalhando com objetos distintos.

Como não erguer Mjolnir se eu sei que tudo isso é meramente um sonho meu??? Na imagem, o bom e digno filme do Thor 😉

Agora, surge outra questão fascinante, se é possível manter a consciência num sonho, sem controle da narrativa… será possível controlar um sonho sem estar consciente nele?!? Como seria um sonho assim?

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12 respostas

  1. Ok, mas se eu passo a fazer coisas que não faria em vigília, como exemplo para um trem com as mãos, não fica evidente que sei que é apenas um sonho?

    1. Olá Ivone,

      Esse é um nó do problema. Será que não é possível sonhar que voamos ou fazemos coisas que seria impossíveis no estado desperto, sem entretanto estar consciente?

      O sonho com vôo por exemplo, é um sonho bem corriqueiro, tanto que é facilmente encontrado em qualquer "dicionário de sonhos".

      Talvez a chave esteja em tentar identificar quais elementos definem o que é a consciência… mas isso pelo visto já vem fritando os miolos de muito cachorro grande por aí ;P

  2. Se estou voando num sonho não é porque de certeza eu estou lúcido. Qualquer um pode sonhar isso e acho que muitos sonham coisas como voar, atravessar paredes, levar tiro e não morrer ou sonhar que possui uma aura de energia. Fazer algo extraordinário não quer dizer que a pessoa sabe que está sonhando, na minha opinião.

  3. Sou da opinião que dream control e lucidez são coisas distintas. O primeiro nada mais é que o exercicio da nossa vontade através de:
    a) emocionalidade/expectativas/medos/sinais subconscientes do eu no sonho não-lúcido
    b) uso inteligente da expectativa
    Provas? o controlo passivo/activo são duas maneiras de ver a moeda, mas no fundo, o mesmo tipo de controlo. Apenas no controlo passivo controlamos através de expectativa fingida, e no segundo, colocamos essa perspectiva fingida num elemento que possua grande significado. Não creio haver diferença entre
    a) passivo: abrir uma porta e acreditar que X pessoa aparece
    b) criar uma porta mágica que quando abro aparecer qql pessoa que queira
    Como o sonho é uma representação bastante fidedigna dos nossos parametros emocionais (mesmo que não visiveis todos à primeira vista ou conhecidos pelo nosso consciente), qql representação dos mesmos altera o desenrolar do sonho. Para mim, a questão fundamental é:
    "Se o controlo no sonho não lúcido é quase 'automatizado' de acordo com a nossa psíque emocional, então porque num lúcido podemos obter resultados diferentes qd tentamos controlar um sonho?"

    zoth

    1. Olá Zoth,

      Questão Zoth:
      Parece pra mim que podemos obter resultados diversos tanto no sonho lúcido quanto no sonho comum(sem consciência), no que se refere a tentativa de controle.

      A diferença é que no sonho lúcido, quando tentamos manipular ou controlar, sem sucesso, a sensação é bem frustrante. Pelo que entendi teu argumento vai no sentido de que no sonho comum, o controle parece ser mais eficiente do que no sonho lúcido.

      O que tu acha de um sonho onde alguém experimenta a sensação e a simulação de estar no próprio apartamento, lá pelo décimo andar e resolve abrir a janela e sair voando?

      Num outro caso, está sendo perseguida por um assassino que carrega um machado e confronta-o desejando que desapareça?

      Quais elementos ou requisitos, parecem ser determinantes para identificar a presença da consciência?

      Percepção de que é um sonho, memória autobiográfica e/ou de planos realizados no estado desperto?, capacidade de raciocinar no contexto do sonho que se apresenta?…

  4. Eu acredito que a descoberta do dream control (passivo principalmente) é produto de uma feliz circunstância. Como pensa que se descobriu que o facto de esperar algo acontecer fará isso acontecer?

    A questão é que se necessitou de uma perspicácia para descobrir que de facto a razão de esperar/recear algo acontecer no mundo onírico tinha resultados tão directos nos acontecimentos. Já reparaste que o dream control é extremamente parecido com o conceito de ma profecia autorrealizável? Às vezes fico pensando mesmo se não representam o mesmo processo mental…

    Quanto aos requesitos, penso que não podem ser assim definidos. Só para eu não te confundir com o que vou dizer: a lucidez é um tipo de consciência. Quando estou num sonho-nao lucido, estou consciente (que existo). Mas não estou consciente que estou a sonhar, porque grande parte da minha memória está desactivada. Isso permite-me estar consciente que um elefante está a passar à minha frente, mas não me permite estar consciente que ele é uma projecção onírica. Os requsitos para a lucidez são no meu ver então:

    – Activação (minimamente parcial, porque nunca conheci uma experiência de sonho lúcido onde eu estive completamente "operacional" :P) de certos tipos de memória (curto-prazo, memória activa) que te dá consciência do possível e do impossível

    – Self awareness, ou seja, consciencia de mim mesmo. Quando um relógio num sonho mostra A9:0F nas horas, eu posso-me convencer que está apenas estragado. Mas se estiver consciente do "eu", consigo então aperceber-me do significado ("mas pk eu estou a olhar para um relógio afinal?)

    O terceiro ponto seria o próprio sonho. O que quero dizer com isto é que por muito experiente que alguém seja nos sonhos lúcidos, o facto é que perto de 100% dos sonhadores lúcidos tem muitos sonhos sem atingir lucidez. Parece-me que a construção onírica também dita muita coisa, pk a maior parte dos sonhos ainda não são lúcidos.

    Existem outros factores que podem servir como "factores" e não bem requesitos, mas têm a sua importância. Veja o seu estado físico por exemplo. Fora de piada, se vc comer uma feijoada bem pesada, é muito provável que tenha um sono bem agitado não é :)? O mesmo ocorre com factores como a temperatura do quarto, relógico biológico, etc etc.

    zoth

    1. Boa Zoth! Penso apenas que faltou a capacidade de raciocínio aí. Num sonho sem consciência de ser tudo um sonho, ficamos a mercê da narrativa, enquanto no sonho lúcido, temos o poder de raciocinar nesse contexto.

      Uma das melhores sensações que já tive, foi estar num sonho, parar e refletir sobre

      "o que mesmo eu tinha planejado fazer quando ficasse consciente num sonho?…"
      ..
      Eu parei para usar a MEMÓRIA. Recordar algo que eu tinha planejado fazer no estado mental desperto.
      .
      Ora… para fazer isso eu RACIOCINEI.
      .
      Meu pensamento fluiu assim: "Ok estou lúcido… o que eu queria fazer mesmo por aqui?!"
      Ahá! Lembrei.
      Era visitar uma casa da minha infância que não tenho memória -era dos meus 3 anos.
      Levantei vôo e sai atrás dela…
      .
      Pensei ser uma boa forma de localizá-la… voando baixo e obsrvando as casas… ;p
      .
      O poder do raciocínio num sonho lúcido penso ser crucial. Ele tem que estar presente. Elaborar idéias, por em prática planos e a manutenção do estado mental de que Tudo que se passa por ali é MERAMENTE criação mental… construtos que eu criei rsrsrsrss

      Resumindo, temos:
      – Percepção de estar sonhando
      – Memória
      – Raciocínio

      A presença desses 3 elementos acho que seria suficiente para provar a presença da consciência nos sonhos.

      Por outro lado… será que alguém num laboratório do sono pode realizar os experimentos(de sonhos lúcidos) planejados sem estar com todos esses 3 elementos?

      Exemplo:
      O experimento é pedir para os sonhadores lúcidos realizar 10 agachamentos, avisando(com o movimento dos olhos) quando iniciam e quando terminam a execução. Eles também devem avisar quando descobrem que estão sonhando.

      Poderá algum sonhador lúcido realizar essa experiência sem de fato ficar consciente?
      Com relação a memória autobiográfica… não há necessidade alguma de saber o próprio nome, idade se é homem ou mulher!!

  5. Eai Márlon!!

    Eu acho que você vai ficar muito feliz de saber que eu tenho a resposta para sua pergunta.

    Como? É simples. Ja aconteceu várias vezes comigo.

    Vou explicar:

    As vezes quando estou sonhando, mas acho que tudo é real ainda (não sei que estou no sonho) eu acabo pensando em coisas, que sempre acabam se realizando no sonho.

    Vou dar um exemplo:

    Eu me lembro de um sonho, que estava fugindo de extra-terrestres, E meu pensamento sempre me condenava.

    Eu me escondia, e acabava pensando: Poxa vida, se eles olharem pra cá eles irão me ver! E ai eles olhavam como eu tinha pensado, e a coisa se realizava. É claro que só vou me tomar conta disso depois que acordo e lembro do sonho, mas na hora eu não percebo que meus pensamentos é que estão atuando na história.

    Não sei se você entendeu o que eu quis dizer, e se quiser que eu tente explicar melhor esse tipo de sonho é só comentar.

  6. E aí Arthur!

    Bem interessante! Pelo teu relato tu ia desejando e as coisas aconteciam. Num modo aleatório, sem premeditação.

    Temos aí capacidade de interferência no sonho sem consciência. Mas o que me chama a atenção é essa falta de percepção sobre a capacidade.

    Existe a capacidade de fazer coisas mirabolantes, mas elas são feitas sem a reflexão de que está presente essa capacidade. E assim, pelo teu relato o sonho seguiria.

    Quando busco minhas memórias mais antigas, até minha infância, mais alguns sonhos esporádicos atuais, com a presença da capacidade de controle ou manipulação do sonho, sem porém estar consciente, fico com a forte idéia de que podemos sim ter uma percepção de que estamos num ambiente que é possível assumir o controle.

    Coisas fantásticas podem ser feitas, como virar uma espécie de semi-deus e ainda assim ser incapaz de aflorar a consciência e lembrar de coisas que planejou no estado desperto.

    Minhas primeiras experiências lembro que foram com vôo… vou ter que fazer um tópico sobre isso. rsrrsrs

  7. Olha, aconteceu de uma vez em que eu não sabia que estava sonhando. Comecei a ter vontades e elas eram realizadas (controlei o sonho sem saber que estava sonhando), só depois do terceiro desejo realizado foi que passei a pensar que só podia ser um sonho. Fiz mais desejos… E quando estava muito feliz, pra minha frustração, acordei. Tive a sorte de ter sonhos lúcidos antes de conhecer o tema, antes do filme A Origem. Depois dele, tenho me esforçado atrás de tê-los mais frequentemente.

  8. meu nome é joão,fico mto feliz qdo consigo acordar no sonho,ultimamente minha mente anda me enrolando estou acordando no sonnho do sonho,como faço pra retomar as redeas da situação?percebi tbem que qdo fumo maconha nao acordo,estou a 4 dias sem fumar e essa nte foi um espetaculo,brinquei rsrsa cordava dormia de novo acordava só pra saber se estava no meu quarto seguro e voltava pra aventura valew

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