Volta e meia retorno ao tema da recordação dos sonhos. Faço isso devido a grande influência que aprender a lembrar os sonhos, exerce sobre o desenvolvimento da habilidade de ficar consciente neles. É um pilar que precisa ser bem construído, por todo aquele que deseja ter sonhos lúcidos.
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Provavelmente o primeiro passo a ser dado, no desenvolvimeno da habilidade de ficar consciente nos sonhos é compreender a importância de aprender a recordar os sonhos. |
Existem fatores que são bem importantes na determinação da capacidade de recordar um sonho. Já abordei os fatores externos(modo de acordar, períodos do sono etc..) e passo agora às condições de vida.
Condições de Vida
Não é incomum encontrar pessoas que tiveram suas primeiras experiências com controle de sonhos, a partir de pesadelos durante a infância. Beverly D’Urso foi assim, para os senóis isso era uma prática corriqueira, típico da sua cultura e eu também tive meu início desse modo.
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Pesadelos são invariavelmente um dos tipos de sonhos mais fáceis de recordar. |
Quando estamos submetidos a situações de crise, problemas difíceis a serem enfrentados ou diante de grandes conflitos é natural perceber a ocorrência de pesadelos ou sonhos mais intensos. Essa linha de pensamento, segue a teoria de que uma das funções dos sonhos é servir de preparação para o enfrentamento da realidade. Quanto mais dificuldades a serem sobrepujadas, maiores as chances de sonhos relacionados acontecerem… e portanto sonhos mais dramaticamente fortes.
De acodo com a psicóloga e professora da Universidade de Zurique, Verena Kast:
“É mais provável lembrar-se de sonhos e de compreendê-los durante crises existênciais.(…)Nessas situações a maioria das pessoas é mais permeável, espera pelos sonhos e deseja que estes lhe prestem auxílio. Os sonhos são compreendidos à luz da atual situação complicada e vinculados a ela. Isso nos dá a impressão de que podem ser compreendidos com mais facilidade do que em situações onde a vida apresenta várias temáticas emocionalmente significativas com quais um sonho pode ser relacionado. Eventualmente os sonhos também podem ser compreendidos melhor nas situações de crise, pois há menos mecanismos de defesa em ação(…).”
Uma conclusão interessante que podemos tirar disso tudo é que emoções fortes no dia-a-dia seria bem mais conveniente para o onironauta do que uma rotina enfadonha. Procurar vivenciar de maneira mais intensa as experiências do cotidiano, ficar menos no “automático” e buscar uma vida mais “lúcida”. Como diria Spock… “Fascinante”.
Bibliografia:
KAST, Verena. SONHOS – A Linguagem Enigmática do Inconsciente. Editora Vozes. 2010